É um processo químico nos quais fungos (leveduras) e bactérias realizam a transformação de matéria orgânica (mosto) em outros produtos (álcool e CO2) e energia. É a forma que esses seres (leveduras) encontram de produzir energia para o desempenho de suas funções biológicas.
A fermentação ocorre sempre no citoplasma da levedura com a ajuda de várias enzimas estimuladoras. Assim sendo, podemos dizer que a fermentação é uma via de produção energética que utiliza uma matéria orgânica, como exemplo, a glicose.
Na produção de cerveja, a fermentação é alcoólica e realizada por leveduras (como a Sacharomyces cerevisiae). Nessa reação, o ácido pirúvico (cuja fórmula é C3) é descarboxilado (perde sua hidroxila), gerando acetaldeído por meio da ação da enzima piruvato descarboxilase (ausente em animais). Como resultado dessa fermentação, o NADH produz a redução do acetaldeído a moléculas de etanol (C2H6O), produzindo ainda o dióxido de carbono (CO2).
Um diferencial da Kveik é que essa levedura Ale pode fermentar em temperaturas elevadas, acima de 30ºC com resultados incríveis sem álcool superior e ésteres desagradáveis, além de ser extremamente rápida podendo atenuar em 48 horas.
Uma característica observada durante algumas fermentações está evidenciado na figura abaixo:
Podemos observar que após 72 horas a fermentação praticamente terminou. Entretanto, algumas leveduras continuam esse processo de forma muito lenta (retângulo vermelho). Essa observação é mais evidente quando a temperatura ambiental está amena (22-25ºC).
Alguns fatores podem explicar essa observação:
- Temperatura baixa.
- Biotransformações.
- Fermentação da maltotriose.
Parada na densidade 1020-1015
Algumas vezes utilizando a kveik foi observado uma parada da atenuação entre 1020 e 1015. Essa parada, até o momento não tem uma explicação palpável. Interessante é que se a temperatura aumentar ou realizar uma "sacudida" no fermentador, a fermentação continua. Observe a figura abaixo:
Esse fenômeno pode estar relacionado a vários fatores: Temperatura de fermentação abaixo do ideal para a levedura, falta de nutrientes, composição do mosto, pH, problemas com a cepa ou outro fator desconhecido. Estudos devem ser realizados para tentar entender o motivo desse fato.
A fermentação utilizando a Kveik depende de alguns fatores: Densidade do mosto, Temperatura e número de células inoculadas (dosagem). Dependendo do objetivo que se pretende obter com a cerveja, podemos manipular esses fatores. Assim:
Cervejas com perfil limpo/neutra:
Produzir um mosto com OG baixa a média (<1060), fermentar em baixas temperaturas (16-25ºC dependendo do tipo da variedade) e executar uma inoculação com alta dosagem (>10g/20 litros).
Cervejas explorando os aromas da levedura:
Produzir um mosto com OG alta (>1060), fermentar em altas temperaturas (>30ºC) e executar uma inoculação com baixa dosagem (1-3g/20 litros).
Essas informações são para consideração de forma geral, porque cada variedade de Kveik pode se comportar de forma diferente. Estudos devem ser feitos para evidenciar essas características.
Essas informações são para consideração de forma geral, porque cada variedade de Kveik pode se comportar de forma diferente. Estudos devem ser feitos para evidenciar essas características.
OBS: Algumas Kveiks podem ser consumidas sem maturação fria, entretanto, observamos que a maturação fria (entre 0-3ºC) melhora muito o produto final.
Visite: A temperatura na fermentação.
Visite: A temperatura na fermentação.
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